terça-feira, 13 de outubro de 2015

Nada mais velho que um Mídia novo


"Nenhum departamento sofreu tantas alterações nos últimos anos do que a Mídia".  "O profissional de Mídia de hoje é completamente diferente do passado".  "O mercado exige um novo perfil".  

Essas são algumas frases com as quais os mídias convivem todos os dias como verdades absolutas.  E de fato são.  Um Mídia hoje que não sabe o que é uma DSP, não analisa o ROI, não tem conhecimentos de BI, de programação, Real Time Bidding e vários outros assuntos, de fato precisa se reciclar.
Mas o ponto é que um Mídia sempre foi acostumado a essa sopa de letrinhas e termos técnicos complicados.  
No passado, tinham suas mesas cobertas por incontáveis livros do Ibope e do Nielsen que eram manuseados diariamente para interpretação de dados, exigindo cálculos complexos na busca da mais assertiva programação.  GRP, TRP, CPP, CPM... tudo já existia há muitos anos.  E quantas análises estatísticas ainda sem Excel!

Com a informatização, a vida ficou mais fácil.  Surgiram os sistemas integrados de mídia que possibilitavam planejar, comprar, otimizar e faturar toda uma campanha.  Tudo pronto num clique.
Nesse período, alguns visionários alertaram:  "O profissional de mídia mudou".  "O mercado precisa de novas cabeças".  E a Mídia de fato mudou.  Tornou-se um pouco TI.

Um outro movimento foi a incorporação do departamento de mídia pelos anunciantes, que criaram equipes inteiras para interpretar os dados que vinham das agências com demasiada sofisticação de detalhes.  As demandas mudaram.  Os clientes estariam mais preparados para travar uma rica discussão técnica, incorporando resultados de vendas e performance de campanhas.  Sim, o Mídia se reinventou mais uma vez.   Ele saiu dos bastidores da agência para assumir papéis relevantes nas tomadas de decisão.  Dessa vez, adquiriu conhecimentos de Gestão e Marketing.

Estatístico, TI, Gestor ou Marketeiro, o professional de Mídia é sobretudo um excelente observador do comportamento humano.  Não são eles que mudam o tempo todo.  São as pessoas.  E um bom mídia saberá sempre interpreter esses movimentos e identificar os desejos de seu público em qualquer geração.  Ele está sempre atento aos sinais.  Pode ser uma programação de TV, um evento, um drone, um game.   O que tem mudado é a forma de acesso aos mesmos dados e as relações entre clientes e marcas.  Antes com papéis, hoje com dashboards.  

Alguns enxergam uma mudança completa.  Outros, como eu, enxergam ciclos.  A tecnologia tem possibilitado ricas análises totalmente automatizadas e em tempo real.  

A tomada de decisão porém depende de um olhar atento.  Exige experiência.  Exige a bagagem histórica que permite trabalhos mais densos e planejamentos mais elaborados.  Imagine a irresponsabilidade de ter profissionais totalmente novos a cada mudança!

Novos players de comunicação surgem e se incorporam aos anteriores.  Que bom que temos profissionais atentos e preparados.  
Somos mídias novos e velhos.  Somos acima de tudo aqueles que fazem a diferença num planejamento estratégico.  Aqueles que tornam públicas as ideias brilhantes.  E também somos os mais acostumados a variações de cenário.  O fato de estar sempre "work in progress" é o que nos define.  

Para nós, profissionais de mídia, mudar é o que nos mantém no jogo.  Foi assim no passado, está sendo hoje e será assim no futuro.  Não estamos mudando.  Estamos sendo apenas mídias.  Como sempre.



quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Marcas Preferidas

Não por acaso as marcas campeãs de visualização no Youtube não são as que mais investem.  São as mais relevantes, que melhor falam a língua de seus públicos e sabem acima de tudo que atenção não deve ser comprada. Ela precisa ser conquistada o tempo todo.


Tempo, esse vilão implacável.


Interessante afirmar que o mundo está mudando, que as pessoas mudaram seus hábitos, a publicidade e as mídias estão mudando...
As pessoas mudam todo o tempo desde que a humanidade foi criada.  E a publicidade, por lidar essencialmente com pessoas, não poderia ser diferente.   Mas então, qual é a novidade?
Nunca fomos tão escravizados pelo tempo como nos dias de hoje.  Ficamos obsoletos a cada dia e precisamos aprender coisas novas o tempo todo para continuar no jogo.  
Mas tem sempre alguém que consegue ler mais livros, desempenhar mais tarefas, ir a mais festas e viajar mais vezes.  Surge então a busca frenética para se superar a todo momento.
O que é comum em tudo isso?  O tempo.  Ou a escassez dele.
Jornais e revistas impressas estão cedendo espaço para as versões digitais porque não temos mais tempo para ler aquelas tantas páginas e precisamos ir direto ao que nos interessa.
Pra que ouvir rádio com tantos comerciais e locutores se você pode ouvir somente as musicas que gosta no MP3?  Diferente de antes, não temos mais tempo para esperar “aquela” música tocar.
Por que esperar passar o programa favorito na TV se podemos gravá-lo e assistir a qualquer hora? 
Por que a internet ganhou tanta importância e vai ganhar cada vez mais?  Porque faz exatamente o que queremos, na hora que queremos.  O mundo atual não nos permite esperar.
Não tem mais espaço para quem não está disponível full time.  Você é considerado descomprometido se demora 2 horas pra responder a um e-mail.  Nos parece estranhos aqueles que simplesmente não têm uma conta no Facebook.  Não por questões sociais, mas porque se economiza muito tempo desejando feliz aniversário para 10 amigos diferentes enquanto espera o elevador. 
Andar de carro ficou lento demais e então cresce o consumo das motocicletas e dos automóveis com kit multimidia.  Podemos trabalhar enquanto dirigimos!  
No salão de belezas, marca-se 3 profissionais no mesmo horário: Uma para os cabelos, outra cuida das mãos e uma terceira faz as unhas dos pés.  Quase não dá pra se mexer, mas economizamos um bom tempo.
A publicidade está inserida em todo esse movimento.  As mídias digitais cresceram tanto porque são "in time".  Aplicativos resolvem a nossa vida.  Organizamos eventos com um clique.
Não é a geração Y, nem a geração Z, nem a classe C, nem as mulheres...  A falta de tempo está transformando o mundo.

Cultive um mundo melhor


quarta-feira, 13 de março de 2013

Brasileiro ainda prefere as mídias tradicionais, segundo pesquisa


O brasileiro é o povo que mais investe no consumo de mídias tradicionais — televisão, rádio, jornais e revistas — no mundo, aponta uma pesquisa realizada pela KPMG International. A média de gasto dos habitantes locais com esse setor é de US$ 15 ao mês. Os gastos com os meios tradicionais são duas vezes e meia maior que a quantia destinada à mídia digital, que registra média de US$ 6 ao mês. Ainda assim, o Brasil é o país com a segunda maior média de consumo de mídias digitais, atrás somente da China. O levantamento da KPMG, intitulado "Debate Digital 2013 – Emergência do consumidor digital multitarefas", constatou ainda que a televisão, o rádio e veículos impressos ainda são as mídias tradicionais mais usadas internacionalmente. Mesmo esse cenário refletido no Brasil, porém, o país registrou a maior média de tempo gasto em redes sociais e canais de notícias online.

Multitarefa
A pesquisa considerou também o usuário multitarefa, que consome dois tipos de mídia ao mesmo tempo. No Brasil, a atividade mais realizada foi ver televisão e acessar a internet por motivos que não sejam navegar nas redes sociais, por meio de um PC ou laptop, com 57% dos apontamentos. Outra recorrência foi ouvir rádio e acessar a internet por outros motivos que não interagir com redes sociais, a partir de um PC ou laptop, com 39%; e assistir TV ao acessar uma rede social, com 37%. Com relação à preferência de consumo, os brasileiros apreciam variedade de conteúdo online, mas ainda preferem assistir televisão em aparelhos convencionais. Outro ponto destacado pela pesquisa é que os consumidores brasileiros (62%) também estão dispostos a receber publicidade em seus dispositivos móveis ou em seus PCs em troca de conteúdo gratuito. Foram entrevistados nove mil consumidores distribuídos por nove países: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Espanha, Reino Unido, Austrália, China, Cingapura e Brasil. Por conta da grande extensão dos territórios brasileiro e chinês, o levantamento considerou, nessas localidades, somente as populações das regiões metropolitanas.

Fonte: Propmark - 12/03/2013.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Gordinhas na mira das ações de marketing

A população obesa é crescente no mundo inteiro. Apesar de todas as tentativas de implementar-se um meio de vida mais saudável, cada vez mais as grandes cidades são reféns de comidas rápidas e industrializadas. É o ônus do crescimento, especialmente nos países ocidentais.

No Brasil, não é diferente. A população acima do peso já é maioria em várias capitais. A novidade é que esse público começa a resgatar sua auto-estima. Já não permitem serem discriminados, assumem seu corpo e tem orgulho de suas formas avantajadas.

Atentos à esse cenário, profissionais de marketing já enxergam um novo nicho promissor: O padrão de beleza real, factível. Várias marcas já não fazem alusão às divas internacionais e magérrimas em suas campanhas publicitárias. A campanha DOVE foi um exemplo emblemático e de muito sucesso. Mais recentemente, a C&A fechou contrato com a cantora Preta Gil para lançar sua nova coleção. É o mercado capitalista sempre perseguindo as tendências do consumo.

Eu defendo o fato de assumir o próprio corpo e ter orgulho disso. Passa por ter vaidade, personalidade ousada e um perfil determinado. Isso é saudável. Porém, acomodar-se num padrão de comportamento alimentar desequilibrado não é bacana.

Não sou a favor da ditadura da magreza e até concordo que aqueles que vivem de dieta estão sempre mal humorados! Mas um consumo alimentar voltado para o equilíbrio das nossas energias faz diferença a longo prazo. As modas vem e vão. Hoje, ser gordinho é motivo de orgulho. Talvez amanhã não seja. O que fica é a SUA moda pessoal. O corpo ideal para você. Por definição, o Marketing sempre irá fazer o que você quer, não o contrário.